Em meio à cadência acelerada e sociedade atual, professores devem adaptar métodos de ensino dentro e fora da sala de aula
O mundo anda cada vez mais rápido, com mudanças significativas em relação às tecnologias e comportamento. Perante este contexto imprevisível, é de se esperar que a educação também acompanhe o ritmo intenso.
Neste Dia dos Professores, os educadores têm o grande desafio de honrar seus estudantes em meio aos novos cenários da educação.
A melhor maneira de fazer isso é acompanhando a onda tecnológica, conversando sobre pautas relevantes da atualidade e estabelecendo parcerias educacionais.
EAD
O EAD (Ensino a Distância) existe há um bom tempo, mas ganhou muito mais notoriedade na época da pandemia, quando estudantes de todo o mundo não podiam sair de casa.
De acordo com o Censo da Educação Superior 2021, o EAD cresceu 474% na última década, enquanto os cursos presenciais diminuíram 23,4%.
Diante desses números, os professores precisam estar preparados para ministrar suas aulas remotamente. Além de terem os recursos materiais necessários, como computadores e conexão à internet, é preciso adequar os conteúdos da sala de aula à sala virtual.
O desafio, portanto, é transmitir pela tela o calor e a cumplicidade da escola, bem como encontrar maneiras para capturar a atenção das turmas e fazê-las interagir com o professor.
Aprendizagem autodirigida (sem exclusão da parceria educacional)
Na aprendizagem autodirigida, o estudante age como indivíduo autônomo e escolhe as atividades que deseja realizar, buscando por materiais que ache importantes para seu desenvolvimento educacional e criando estratégias mais pertinentes para si.
Com a ajuda da internet, esse método se torna mais fácil, já que é possível encontrar conteúdos pertinentes em diversos formatos, como vídeos, aplicativos, jogos, podcasts, hipertextos, etc.
Mesmo que o estudante seja o protagonista da aprendizagem autodirigida, isso não é um empecilho para parcerias educacionais. Com o suporte de professores e das instituições de ensino, esta metodologia se torna mais rica justamente por contar com o aconselhamento de profissionais qualificados e experientes.
O intuito, neste caso, não é tirar a independência do estudante, mas ajudá-lo a descobrir aquilo que contribui para o seu aprendizado com mais eficácia.
Metodologias ativas
As metodologias ativas tiram os estudantes da passividade e incentivam maior participação por parte deles, encorajando-os a pensar, questionar, pesquisar, desvendar mistérios e encontrar soluções.
Estudos de caso, sala de aula invertida, criação de projetos, pesquisas de campo, gamificação, estudo do meio e storytelling são bons exemplos de atividades ativas.
Inteligência artificial
Uma pesquisa da KPMG Austrália e da Universidade de Queensland mostra que o Brasil é o quarto país que mais acredita na Inteligência Artificial (IA), com 56%, ficando atrás apenas da Índia, China e África do Sul. No último trimestre de 2022, a empresa de tecnologia IBM divulgou um relatório apontando que 41% das empresas brasileiras já usaram IA.
Logo, a Inteligência Artificial só cresce – e pode ajudar os professores na preparação dos conteúdos. Com a ajuda dos algoritmos, é possível desenhar planos de ensino personalizados, identificar o desempenho de cada estudante, adequar lições a outras linguagens, etc.
Atualmente, a ferramenta mais conhecida e fácil de usar é o ChatGPT, mas existem várias outras que podem facilitar o dia a dia do corpo docente, como o Goodtape (descrição de áudio), Dectopus AI (apresentações de PowerPoint), Formula Bot (fórmulas para planilhas do Excel) e Clarice.AI (revisão de textos).
Educação socioemocional
A educação socioemocional tem o intuito de tocar em tópicos que se diferem das pautas tradicionais da grade curricular, como o desenvolvimento de soft skills e aspectos que permitam que os estudantes compreendam melhor suas emoções e psique.
A metodologia pode ser encarada como uma forma de preparar os jovens para lidar com as dificuldades da sociedade e do mundo adulto, seja na universidade, no trabalho ou dentro de casa.
Para que os resultados esperados sejam obtidos, é fundamental a criação de parcerias educacionais com os estudantes, professores, pais e coordenadores da escola, a fim de encontrar os caminhos mais pertinentes e adaptar as técnicas de acordo com as necessidades de cada um.
Diversidade e direitos humanos
Além de ferramentas e metodologias, alguns temas se tornam muito necessários na sala de aula, como as pautas relacionadas à diversidade e aos direitos humanos.
As crianças tendem a compreender com mais profundidade certos assuntos no ambiente pedagógico, precisamente por ser um cenário familiar e já baseado em descobertas.
Desigualdade de gênero, bullying, inclusão, racismo, homofobia, entre outros, são motes que fazem parte das grandes conversas da atualidade e, de uma forma ou de outras, afetam a vida dos estudantes.
Por serem questões delicadas, é de extrema importância que os professores estejam devidamente preparados e abertos para diálogos. A parceria educacional com os pais e a coordenação do colégio também é fundamental para que a abordagem seja tranquila e efetiva.